Do portal G1:
'Zé do Caixão' reencontra o carro que ganhou seu apelido
VW 1600, o carro 'Zé do Caixão', faz 40 anos do início de sua produção.Na época, carro comprado por Mojica ganhou cortinas roxas e incensos.
'Zé do Caixão' reencontra o carro que ganhou seu apelido
VW 1600, o carro 'Zé do Caixão', faz 40 anos do início de sua produção.Na época, carro comprado por Mojica ganhou cortinas roxas e incensos.
Quarenta anos depois do lançamento do carro VW 1600, da Volkswagen, o cineasta José Mojica Marins, de 73 anos, ficou frente a frente com o modelo que ganhou o apelido de “Zé do Caixão” no final da década de 60. O G1 promoveu o reencontro dele com uma rara unidade do veículo mantida com todas as peças originais por um colecionador de São Paulo. E descobriu que eles têm muito mais coisas em comum do que o apelido de "Zé do Caixão"Lançado para concorrer com o Corcel, da Ford, o VW 1600 ganhou rapidamente notoriedade – mas não pela beleza.
Com formato de caixote e maçanetas parecidas com alças de caixão, o sedã quatro portas se destacou pelos toques, digamos, um pouco fúnebres. Ao mesmo tempo em que o carro afugentou os mais supersticiosos, agradou em cheio não só taxistas - em busca de espaço e economia -, como Mojica, que logo tratou de personalizá-lo.“Meu Zé do Caixão era preto, tinha uma cortinhinha roxa por dentro e incensos de velório”, lembra o quase garoto-propaganda da marca.Isso mesmo.
Esse homem de unhas grandes e voz mansa revela que foi convidado pela própria Volkswagen para fazer os comerciais do carro. Hoje, ele lamenta o fato do seu empresário na época ter tentado negociar o dobro do valor proposto e ainda ter exigido um carro para ele. “De repente, o povo se encarregou de fazer a associação e a montadora não precisou mais de mim”, diz Mojica, enquanto apoia as mãos nas portas do veículo exibindo um curioso anel com a figura de um caixão.
40 anos de história
O VW 1600 teve uma vida curta. Foi apresentado pela Volkswagen no Salão do Automóvel de São Paulo em novembro de 1968. A produção em série começou no início de 1969 (há 40 anos) e durou até 1971. No total foram 133.784 mil unidades produzidas.“Fiquei triste quando ele deixou de ser produzido e contente por saber que é bem conservado na mão de colecionadores. Hoje é um carro precioso e quem tem sabe o seu valor”,O saudosista encontro do cineasta com o VW 1600 aconteceu no bairro da Aclimação, na zona Sul de São Paulo, onde mora Roberto Beraldi, dono de um dos poucos VW 1600 sobreviventes. Bem conservado, o carro vermelho foi comprado em 1999 e, desde então, se tornou o xodó da família. Mojica bem que tentou sondar por quanto ele venderia o carro, mas a resposta foi categórica: “Ele tem um valor inestimável”.
Para saber quanto o automóvel lançado por 15 mil cruzeiros novos custava na época, em reais, consultamos Alexandre Lignos, da IGF Consultoria. Feita a conversão, chegamos ao valor de R$ 18.388,50. Para contextualizar o carro, é importante frisar ainda que o modelo corresponderia, hoje, ao Voyage, sedã de entrada da Volkswagen que custa a partir de R$ 28.990.O fim do ‘Zé do Caixão’ A queda brusca da produção do Zé do Caixão na fábrica da Volks em São Bernardo do Campo (SP) no início da década de 70 já prenunciava o seu fim. “Foram muitos problemas internos, discussões. Acho que a empresa deixou de ganhar dinheiro quando interrompeu a produção”, afirma Mojica.Mas o que para o cineasta foi puro “olho gordo”, na opinião do engenheiro Alexander Gromow, autor de dois livros sobre o Fusca, tem outra explicação. “A verdade é que, naquele tempo, o público em geral associava carros quatro portas a táxis, uma questão de cultura vigente na época. Tanto é que o Zé do Caixão fez muito sucesso no Rio de Janeiro, onde turistas estrangeiros preferiam carros nessa configuração”, explicaEm visita ao AutoMuseum Volkswagen, em 1991, na Alemanha, Gromow fotografou o EA 97, o protótipo que teria dado origem ao VW 1600. “Conforme documentação da VW da Alemanha, este carro foi desenvolvido no país até a fase de pré-série, mas não entrou em produção. Foi quando a montadora enviou as ferramentas de estamparia ao Brasil, onde depois de algumas ‘adaptações’ surgiu o ‘Zé do Caixão’”, explica.
O G1 entrou em contato com a Volkswagen para saber mais sobre o VW 1600, mas a montadora informou que não tem informações a respeito porque uma enchente na década de 80 na fábrica da Anchieta destruiu mais da metade de seu acervo histórico. Para a sorte dos aficionados por carros antigos, embora as águas tenham “enterrado” parte da história desse ícone dos anos 70, o “Zé do Caixão” permanece muito vivo na memória e no registro de colecionadores e estudiosos.
link da reportagem: http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL1025789-9658,00-ZE+DO+CAIXAO+REENCONTRA+O+CARRO+QUE+GANHOU+SEU+APELIDO.html#frmPost
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